Expander do Júlio


Numa manhã de inverno, devia estar uns 2 ou 3 graus Celsius de temperatura, eu o Júlio e o Tales, fomos pedalar, paramos na frente da bicicletaria Claudinho Cycles, que ficava na Avenida Santo André, e já não existe mais, a bicicletaria estava aberta, e o Júlio, pegou uma chave  allen e um tubo de ferro, para apertar o expander da mesa; que nesse tempo era standard, ai começou a apertar, apertar e apertar mais um pouco, o Tales ainda avisou: __Para!!! Que você vai espanar a rosca do parafuso.
Mas o Júlio ainda deu mais uma apertada com o tubo de ferro, e disse: ____Quero ver essa porcaria soltar de novo, ai nos arrumamos e partimos para Paranapiacaba, a temperatura começou a aumentar, e decidimos ir para Taquarussú, e depois sairíamos por Palmeiras (bairro de Suzano). Passamos por Taquarussú, e paramos para comer umas frutas que compramos de um caminhão que estava passando e vendia frutas e legumes.
O tempo deu uma virada e ficou muito quente, quase uns 30 graus, e nos abrigamos do sol, num matadouro de gado desativado havia um tempo, e que ficava na beira da estrada. Eu e o Tales comemos umas frutas e uns lanches, e o Júlio tirou da mochila a mega marmita que sempre ele levava e começou a comer.
Algum tempo depois, ouvimos um barulho, forte e alguma coisa bateu no braço do Tales, pensamos que alguém escondido, no mato tinha jogado uma pedra no telhado e um pedaço de telha tinha atingido ele, saímos procurando, e xingando alto, para ver se aparecia.
Não encontramos nada, nem ninguém, acabado de comer, descansamos um pouco, e na outra de voltar a pedalar o Júlio, pegou a bicicleta dele, e no primeiro movimento com o guidão, o guidão se mexeu, mas a roda não e parafuso do expander tinha sumido!!!!
Logo a lei da física que diz; que corpos quando aumentam a temperatura se  dilatam e quando esfriam se contraem, veio a mente, e a pseudo – pedrada que pegou no Tales, já tinha sido entendida como um pedaço de telha que o expander que estourou tinha quebrado.
Começamos a rir muito, e ai o Tales, ficou gritando para o Júlio. ____ Eu falei para você, não aperta tanto o parafuso. Os dois meio que dando risada e discutindo e sem acreditar, no ocorrido.
O Júlio ainda falou:___ Já pensou, se eu estou na descida do Taquarussú!!! Ele estoura e ia cravar na minha cabeça.
As risadas pararam na hora que um de nós perguntou. ____ E ai como a gente vai embora?
O silêncio tomou conta de todos. Decidimos voltar para Paranapiacaba empurrando um pouco cada um a bicicleta do Júlio.
O Júlio começou a tentar mil gambiarras, primeiro tentou fazer um tirante com os cadarços do tênis, depois quebrou dois galhos de árvores e tentou amarrar também com os cadarços do guidão direto em cada lado do garfo, demorou uma meia hora para fazer e não durou 1 minuto.
Nós falamos para ele: ___ Deixa quieto!!!! A gente empurra ate Paranapiacaba e lá pega o trem, só que era muito ruim empurrar, porque a roda ia para onde queria; não tinha controle e demorava muito para andarmos um pouco.
Na ultima descida para chegar em Paranapiacaba depois de sofremos bastante e demorar muito, o Tales abriu a Pochete e falou: Pô tenho uma blocagem de ferro. Na hora o Júlio xingou a mãe dele, e ainda disse: _____ Porra!!! Com essa blocagem, nós já estaríamos em casa.





Nem eu, nem o Tales entendemos nada!!!! Ai o Júlio puxou a mesa do guidão catou a ponta do expander, desrosqueou com a mão a ponta de 45º graus que estava o resto do parafuso. Pôs a blocagem, encaixou a mesa e  pressionou a alavanca da blocagem. E por “encreveu qui pariça “(Incrível que pareça) , A gambiarra deu certo!!!! 


A gente ainda recomendou para voltarmos de trem para Ribeirão, mas o Júlio, não quis saber, e acabamos pedalando ate em casa sem problemas.
Ele ficou andando ainda uma semana, sem dar problemas com a gambiarra. Ate que um dia ele brincando puxou a alavanca da blocagem andando, e nem preciso falar o que aconteceu. Né!!!!.

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